Uma tarde, a multidão de gente era tão grande que lhe dificultava o percurso. O Padre Pio gritou de uma tal maneira que me meteu medo. Eu ouvia-o do jardim, onde estava sozinho à espera dele.
Mal chegou à porta, olhámo-nos e sorriu, como se nada tivesse acontecido.
Ganhei coragem e disse:” Padre, mete-me muito medo quando grita.” “ Filho, à força de me quererem tanto bem, fazem-me muito mal”, respondeu.
E eu: “Padre não compreendo.”
“ É isso!”, continuou, “ é como uma mãe que, ao dar demasiado afeto, estreita tanto o filho que o magoa e ele acaba por chorar, que é a única forma dele se defender do aperto. Também eu sofro muito quando grito. Gostaria de nunca ter de o fazer. Mas, infelizmente, só assim é que me deixam em passar.”
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