Era doloroso desligar-me do Padre.
Uma manhã, depois de ter estado todo o tempo a rezar, ora na sacristia, ora junto do altar, consegui várias vezes cumprimentar e beijar a mão do Padre.
Depois da comunhão aos fiéis, num dia quente de Agosto, antes do meio-dia, entrei no convento pela portaria.
Acompanhei o Padre até à entrada do refeitório. Aqui, depois de lhe ter desejado bom apetite, disse-lhe: “Padre, alguns amigos convidaram-me para o almoço; agrada-lhe que vá?” “ E porque não?”, respondeu.
“Quer vir também? Dava-me muito gosto”, apressei-me a dizer-lhe. “Está bem, vou!”, respondeu o Padre, enquanto fechava sorridente a porta do refeitório.
Saí, rapidamente, pelo corredor da portaria e acompanhei feliz, até a casa deles, os amigos que me tinham convidado. Ao longo do caminho pus ao corrente da chegada do Padre à hora do almoço.
Pouco depois,já sentados à mesa, recitamos juntos, além da oração habitual,também o Anjo do Senhor, para avisar o Padre do início do almoço.
Fez-se logo sentir um perfume que inundou a sala, sinal da sua presença, como ele mesmo me dizia, e cada um de nós o sentiu como normalmente o sentia no passado.
Estávamos muito felizes.
Tínhamos começado a comer: a alegria e a gratidão levou-nos a rezar. Pouco depois deixamos de sentir o perfume.]
Terminado o almoço desloquei-me ao convento. Esperei o momento oportuno e disse ao Padre:
“ Obrigado, Padre! Só foi uma pena ter ficado tão pouco tempo conosco ao almoço; afastou-se quase imediatamente.”
E ele, quase a queixar-se, respondeu: “Filho, fui de boa vontade para estar no almoço convosco, mas fazia tanto calor que tive de regressar.” Sorrimos um para o outro. Depois, a saudação filial e, de seguida, o habitual beijo na mão.

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