Em 1921, o bispo capuchinho Ferdinando Damiani, vigário-geral da diocese de Salto (Uruguai), por ocasião de uma audiência particular com o papa Bento XV, ouviu dele as melhores referências ao padre Pio, que considerava uma destas personalidades providenciais que, de tanto em tanto, Deus envia para socorrer a humanidade.
Dezesseis anos depois, com sérios problemas cardíacos, sentindo-se próximo da morte, Dom Damiani decidiu voltar à Itália, na esperança de encerrar seus dias perto do santo confrade. Apenas chegado, porém, sofreu uma parada cardíaca. Correram então a chamar o padre Pio que, inexplicavelmente, continuou ouvindo confissões na igreja, e só apareceu depois de o bispo ter voltado a si.
Tanta demora irritou o superior da casa e o próprio paciente.
– Por que não acudiu logo? – quiseram saber. Tanto mais que se tratava de um bispo.
Mas a resposta veio em tom de brincadeira:
– Pra quê? Não ia morrer mesmo.
Em sinal de agradecimento, Damiani manifestou o desejo de ficar ali definitivamente a serviço do padre Pio.
– Não, não! – reagiu ele. – Volte à sua diocese, é lá o seu lugar.
– Mas ao menos prometa que me assistirá no momento da morte.
Padre Pio titubeou um pouco e acabou concordando.
– Combinado, prometo estar lá.
Por via das dúvidas, o Bispo pediu que a garantia lhe fosse dada por escrito.
– Tudo bem – respondeu o Padre, enquanto num pedacinho de papel rabiscava: “Prometo que não morrerá sem minha assistência – P. Pio”.
Chegando em casa, Damiani mandou emoldurar o bilhete e colocá-lo na parede. Outra providência, tomada antes de partir: deu um jeito de conseguir uma luva usada pelo padre Pio. Com ela cogitava socorrer a Madre Teresa Salvadores, diretora de uma escola de Montevidéu. Uns quinze anos antes tivera sérios problemas cardíacos, aos quais viera associar-se um câncer no estômago. Suas míseras condições não lhe permitiam abandonar o leito. Para cada movimento requeria-se a ajuda das irmãs. Não se alimentava mais e, para poder aturar as dores, vivia sedada com injeções de morfina.
Vendo-a naquela situação, Dom Damiani puxou a luva da bolsa. E o que aconteceu seria referido pela própria irmã: “Ele me aplicou a luva, primeiro do lado onde eu tinha um inchaço do tamanho de um punho, depois na garganta, onde me sentia sufocar. Em seguida adormeci. Em sonho vi o padre Pio tocar meu lado e soprar-me na boca. Umas três horas depois, acordei. Sentia-me tão bem que pedi para me trazerem o hábito e descer da cama, onde jazia há meses. Levantei sem ajuda de ninguém e fui à capela. Ao meio-dia acompanhei a comunidade ao refeitório e comi como não o fazia há anos. Estava curada!”

Nenhum comentário ainda

    Deixe um comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    error: O conteúdo desse site é protegido
    Pular para o conteúdo