Bondoso, brincalhão, compreensivo, paciente, solícito, meigo, bom companheiro, tornava-se intransigente e quase mau no confessionário. Muitos, mesmo dentre aqueles que o estimavam e lhe queriam bem, ficavam mortificados e paralisados diante de certos acessos de ira, que ele tinha com os penitentes. Perdia literalmente as estribeiras. Pelo menos, assim o dava a entender, através do seu comportamento.
Conheci muita gente que se tinha confessado a Padre Pio; quase todos me contaram que, no primeiro encontro, eram habitualmente expulsos do confessionário.
Não eram “convidados” com gentileza a preparar-se melhor, a fazer um exame de consciência mais atento, a procurar concentrar-se sobre o significado do sacramento da penitência, de modo a sentir dor pelas faltas cometidas. Nada disso. Eram “expulsos” com mais modos, com frases terríveis, pronunciadas em voz alta, tais como: “Vá-se embora, celerado!”, “Não vê como você está sujo?”, “Vendeu a alma ao diabo”, “Vá para o inferno”. Se o penitente apresentava alguma objeção, o Padre levantava ainda mais a voz. Por fim, o pobre penitente saía, corado de vergonha, e muitas vezes chorando de raiva e dor.
Era uma cena inédita, no sentido de que não tem precedentes na história dos confessores.
Livro Padre Pio um santo entre nós/pág 478
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