“Para plasmar o preceito ideal do Senhor, precisamos nos esquecer de nós mesmos, precisamos nos elevar acima do egoísmo e nos debruçar sobre as dolorosas feridas do próximo, fazê-las nossas e saber despertar a esperança nos corações, restabelecer o sorriso nos lábios e fazer penetrar a luz nas almas. É assim que se oferece a Deus a mais bela, a mais nobre das orações, pois ela jorra sacrifício. Essa é a essência mesma do amor, o generoso dom total de si, corpo e alma. Em todo homem que sofre; em todo pobre, é Jesus mesmo que padece a privação; em todo ser sofredor e pobre ao mesmo tempo, Jesus é duas vezes visível”.
Nessas palavras está subjacente um velho plano que o Padre Pio tinha em mente: construir um grande hospital em San Giovanni Rotondo. Do ponto de vista humano, aquilo era irrealizável. Primeiro pela falta de recursos econômicos, em segundo lugar pelas dificuldades técnicas:
Tratava-se de edificar um prédio monumental numa cidadezinha localizada nas encostas de uma montanha;
A urbe mais próxima, onde se pudesse comprar os materiais de construção, ficava a mais de 40 quilômetros de distância;
Não havia nenhuma via férrea para transportar as pedras, o cimento, as máquinas, etc.;
Faltavam água e eletricidade;
E as obras seriam empreendidas durante uma guerra! O primeiro a contribuir com um donativo para financiar os gastos da construção do hospital foi o próprio Padre Pio. Ele deu uma pequena peça de ouro que lhe tinha sido oferecida alguns dias antes, como forma de gratidão, por uma das pessoas miraculadas por ele.
Pouco a pouco as oferendas começaram a chegar. Pouco a pouco as obras começaram a se executar. Mas, alguns meses depois, tudo ficou parado, por causa da guerra.
Em 1946 se reiniciaram os trabalhos, bem como os donativos.
Em 1947, a jornalista inglesa Bárbara Ward chegou a San Giovanni Rotondo, atraída pela fama de santidade do Padre Pio. Tomou a iniciativa de escrever no “The Economist”, de Londres, uma reportagem sobre a construção do hospital. Como resultado, chegou um donativo de 250 milhões de liras.
No dia 16 de maio de 1947, num antigo convento de clarissas, foi colocada a primeira pedra da Casa Sollievo della Sofferenza — Casa para o Alivio do Sofrimento.
Em 1950 ela estava praticamente concluída. Mas por diversas razões, só foi inaugurada a 5 de maio de 1956. Hoje é um dos maiores e mais ricos hospitais da Itália. Um prédio de cinco andares, sobre cuja fachada se abrem 123 janelas. Tem capacidade para 1.000 leitos. Conta com seções especiais de radiologia e fisioterapia. Suas 4 salas de operação figuram entre as mais bem equipadas do mundo. O corpo médico a 300 mil casos por ano.
Os estudantes da “Casa”, que num primeiro período se chamava “Refúgio dos aflitos”, estipulam que seu objetivo principal é “receber toda pessoa que demande assistência caritativa em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo”. Quem pode pagar seu tratamento, paga; quem não pode, é aceito gratuitamente e recebe o mesmo atendimento e a mesma alimentação.

Livro: Padre Pio de Pietrelcina
O Santo da humildade
Pe. Jonathan Albuquerque
Página 77

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