Padre Pio se assemelhava ao Senhor em seu amor aos pequeninos

Quando estava em jogo a vida de um bebê ou as esperanças da mãe de o vir a ter é que a sua solicitude não conhecia limites. Um desses casos nos é relatado por Maria Winowska, que o ouviu por ocasião da sua primeira viagem a San Giovanni Rotondo. No trem encontrava-se ao lado de um casal com um rosado bebê nós braços. “Os felizes pais, cheios de orgulho, lançavam-me olhares furtivos. Compreendi que desejavam saber se eu concordava com os motivos da sua vaidade, tão eloquente. E foi como um dique subitamente aberto quando lhes revelei que estava indo a San Giovanni Rotondo.
Ah, vai ver o padre Pio?
Com suas grossas mãos de operário, o pai agarrou o bebê, o abraçou com efusão e me disse, marcando bem cada palavra:
Sem o padre Pio, o nosso Joãozinho não teria nascido. Nós também vamos lá para lhe agradecer.
Evidentemente – prossegue Winowska – procurei saber mais alguma coisa. E então, com aquela simpática característica meridional, interrompendo-se mutuamente com abundância de exclamações e tomando por testemunho a Madonna, me contaram o seguinte. Ele, Gino, era estivador no porto de Nápoles e … comunista. Antes do casamento, ela, Francisca, já grávida, sofrera um acidente de bicicleta. Desde o início, o veredicto dos médicos tinha sido sem esperança. Para salvar a mãe era preciso sacrificar a criança.
Desesperada e às escondidas do marido, Francisca escreveu uma carta ao padre Pio. Mas a carta ficou sem resposta. Na véspera da cirurgia, estando ela sozinha no quarto, banhada em lágrimas, surpreendentemente viu um frade a seu lado. Intrigada se perguntava como é que ele conseguira entrar ali, sendo seu marido um mangiapreti, isto é, um anticlerical? O frade sorriu, depois levantou o dedo e, num tom ameaçador, disse:
Não faça uma bobagem destas! A criança vai nascer, sim. Será um menino e se chamará João.
Logo desapareceu, deixando-me o coração cheio de coragem. A minha resolução chocou-se com as ideias de meus familiares, mas o médico disse que sem o meu consentimento não podia realizar o aborto. Eu confiava que o padre Pio me obteria a graça. Verifiquei a fotografia, era ele mesmo. A partir daí tudo correu bem, e agora vamos a San Giovanni Rotondo mostrar-lhe o nosso bebê”.