Se Jesus sofre em todo enfermo e de todo pobre se compadece, em todo enfermo pobre, duplica sua presença. Assim raciocinava o Padre Pio. Sabia muito de dor e de pobreza desde sua infância em Pietrelcina. Depois de haver admirado por dez anos seu caráter de aço, depois de havê-lo seguido, contemplando seus carismas talvez cheguemos a pensar que o Padre Pio havia perdido sua sensibilidade. A lembrança da morte de sua mãe nos levará à realidade plenamente humana de um santo.
Em dezembro de 1928, Giuseppa foi a San Giovanni Rotondo visitar seu filho. Passaram-se quatro anos sem vê-lo. Fazia muito frio. Simples como sempre, não aceitou um abrigo que lhe ofereceram para ir ao convento. Não queria parecer uma senhora! Assistiu à Missa do Galo que celebrou o seu Francesco, mas ao dia seguinte apareceu com uma forte congestão pulmonar. O prefeito Morcaldi conseguiu que autorizassem ao Padre Pio sair do convento para visitar à sua padecente mãe. Era em tempos de plena perseguição, lembremos mesmo não estando todavia incomunicado. À cabeceira da cama, com oração submissa e confiada à flor dos lábios, assistiu ao sereno apagar-se de sua mãe. Era dia 3 de janeiro de 1929. “Faça-se sempre a vontade de Deus”, repetia a todos que expremiam seu pesar; mas somente uma vez, a contida emoção rompeu-se em soluços, chorou desconsolado como criança durante horas e horas. Não pode ir ao cemitério. Teve de ficar na casa onde se encontrava. Não podia voltar ao convento posto que estava em dor profunda.
O Provincial dos Capuchinhos deu ordem para que retornasse imediatamente ao convento. Três médicos opuseram-se à partida. O Padre Provincial assumiu toda a responsabilidade e exigiu o cumprimento do mandato. O Padre Pio convenceu a todos de que a obediência era melhor…Três desmaios teve o Padre Pio durante o caminho. A Cristo, mais que o madeiro por sobre os ombros, o que o arrastava era a submissão à Vontade do Pai, e desmaiou-se três vezes à caminho do Calvário.

Padre Pio
Tragédia de fé
Padre Luna
Página 75

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