Não menos duros que os ataques físicos eram os tormentos psíquicos. As contínuas batalhas contra o inimigo tornavam-se ” dia a dia mais violentas, tempestades sucediam-se a tempestades, e a tranquilidade parecia cada vez mais distante”.
É um período de tensão máxima na vida do padre Pio. Para sustentar suas lutas, recorre, como sempre, à oração. À própria e à dos outros, que passa a “mendigar”, não só por palavras e cartas, senão também através de um de seus muitos carismas. Prova disto é o testemunho do padre Paulino de Casacalenda. A protagonista é Aninha Rodota, uma dirigida espiritual do padre Pio desde os tempos em que ele se encontrava em Pietrelcina. Um dia ela procurou o padre Paulino, para lhe comunicar o seguinte:
” Ontem me aconteceu uma coisa estranha. Era pelas duas da tarde. Eu tinha almoçado e voltado à máquina de costura, quando ouvi alguém me chamar com voz clara e inteligível: “Aninha, Aninha!,” Levei um susto, pensando ter pegado no sono. Mas a voz continou a me chamar, e por isto afastei a ideia do sono e ouvi, de olhos abertos e com as orelhas em pé, a voz que vinha de uma pessoa invisível. Depois de me chamar mais duas vezes, pediu: Ponha-se de joelhos e reze por mim, pois estou sendo atacado pelo demônio!” E como eu, meio atordoada, hesitava em atendê-lo, a voz tornou-se mais insistente,: ” Rápido, rápido, Aninha, não duvide, sou o padre Pio, por favor, ponha-se de joelhos e reze comigo. Caí de joelhos e, juntos, recitamos a ladainha de Nossa Senhora. Ele puxava e eu respondia. No fim me agradeceu: “Obrigado, agora estou mais calmo”.
Num primeiro momento, padre Paulino pensou tratar-se de mais uma do coisa-ruim. Mas logo teve de convencer-se que não, pois o diabo não podia agir contra si mesmo. E a “vos” tinha pedido orações para afugentá-lo.
Aquela recomendação feita a distância, sem nenhum meio de comunicação, era pois um fato que transcendia as leis da natureza, e que pontualmente se repetiu no dia seguinte. Aninha, além do pedido de orações, teve da “voz” o seguinte esclarecimento: “Não há qualquer ilusão nisto; preciso de almas que se unam a mim em oração, especialmente agora que estou sendo tentado pelo demônio”.

Livro: Padre Pio
O santo do terceiro milênio
Oliveira César
Página 100

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