Depoimento da senhorita Lucia Bellodi, residente em Villalta de Concórdia, na província de Módena, que no ano de 1945, quando tinha 14 anos de idade ficou doente de “diabete insípida de natureza diencefálica, refratária a todo tratamento”:
“Sete anos de cuidados, segundo os métodos científicos mais modernos, não adiantaram de nada. Meu estado não fazia outra coisa senão piorar. Eu sentia terríveis dores de cabeça e bebia água a todo momento. Nos últimos dias, aconteceu-me ter que beber até 170 litros de água em 24 horas.
“Para aliviar a sede de um só dia, os habituais jarros de 3 litros não eram suficientes, tiveram que ser substituídos por tambores”. Eu absorvia a água por meio de um tubo de borracha em cuja extremidade havia uma chupeta, a qual eu mantinha constantemente dentro da boca, inclusive quando dormia.
“Se eu não bebia, vomitava sangue e a minha língua engrossava horrivelmente. A cada 15 dias eu tinha crises características de febre, de intoleráveis dores de cabeça de delírios. Temia-se que de um dia para o outro eu não conseguisse suportar aquilo, e meus familiares foram prevenidos.

“Tinham acima de meu criado-mudo uma fotografia do Padre Pio. Frequentemente, durante o dia, mais especialmente quando sobrevinham as crises eu me virava em direção a ele. Embora nunca o tivesse visto, tinha uma grande devoção a ele, bem como uma grande confiança nele. Estava certa de que pela sua intercessão, o Senhor acolher-me-ia, ajudando-me a suportar a terrível prova, ou chamar-me-ia para junto de Si.
“Eu fui acolhida.
“Era o dia da festa do Santíssimo Sacramento em 1952. Eu desejava comungar, mas após ter-me confessado, imediatamente tive que ser transportada para uma cama. Tive uma das crises habituais, que durou desde a manhã até 2 horas da tarde. Vendo-me sofrer dessa maneira, o enfermeiro rogava a Deus que pusesse fim a meus tormentos por meio de uma boa morte. Mais tarde contaram-me que, enquanto eu delirava, dizia: ‘Padre Pio, eu não posso mais, rezai por mim’.
“Tenho certeza de que nesse momento – por volta das 10 horas da manhã – eu vi diante de mim um frade que me observava sem nada dizer, com dois olhos severos.
“As 2 horas da tarde, senti um perfume de violeta. Perguntei de onde vinha, mas não consegui ouvir nenhuma resposta, pois recaí subitamente num profundo sono. Meus membros se tornaram frios como gelo, e os enfermeiros davam palmadinhas nas minhas bochechas para que recuperasse o conhecimento. Temia-se o fim. Depois, claramente percebi estas palavras: ‘Lucia, levanta-te. Estás curada. Esta tarde ou amanhã, vem a San Giovanni Rotodondo.’
“Acordei com um sobressalto, dizendo que estava curada e que queria levantar-me. Não acreditaram em mim; as minhas palavras foram atribuídas do delírio. Insisti, entretanto, e autorizaram que eu saísse da cama, depois que contei o que tinha visto e ouvido.
“Uma vez fora da cama, meu primeiro pensamento foi de ir imediatamente à igreja, para agradecer ao Senhor. Eu estava curada, sentia-me bem. Do mal que tinha afligido durante tanto tempo nada, nada restava além da lembrança. Eu caminhava perfeitamente bem, com segurança, como se nunca tivesse estado doente. Também desejava participar da procissão do Santíssimo Sacramento, para grande espanto de todos.
“Depois disso eu teria gostado de tomar o trem que vai para San Giovanni Rotondo, porem fui dissuadida pelos médicos, que temiam que a viagem fosse prejudicial para mim.
“Parti para San Giovanni três dias depois. Indizível foi a minha emoção quando encontrei o Padre. Ele se mostrou muito afetuoso, e lembro-me de que disse para mim, entre outras coisas, o seguinte: ‘Agradece a Deus’.
“Retornei alguns dias depois a Módena e fui submetida a diversas análises clínicas. Diagnosticada como muito sadia, fui para casa de meus pais. Fiquei alguns meses trabalhando no campo, mas eu aspirava a ser enfermeira no Instituto Caritas de Módena. Faço o serviço à noite – trabalho um tanto fatigante – mas gozo de uma excelente saúde. Nunca cessarei de agradecer a Deus e junto a Ele, a nosso santo Padre Pio.

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