Na manhã do dia 6 de janeiro de 1903, Francesco levantou-se muito cedo e foi à missa das sete. Quando regressou à casa, encontrou-a cheia de gente: parentes, amigos e vizinhos, que tinham vindo se despedir.
Já estava tudo pronto para a partida. A separação da família, sobretudo da mãe, foi muito dolorosa, mas ele já tinha vivido, nos dias anteriores, os sofrimentos referidos, e conseguiu controlar as próprias emoções.
O mesmo não aconteceu à mãe Peppa. Padre Pio recordava com frequência: A minha mãe, no momento da despedida, pegou-me nas mãos e disse-me: Meu filho, você está me despedaçando o coração… Mas, neste momento, não pense na dor da sua mãe: São Francisco o chamou, por isso vai’. O seu tormento era tão grande que, depois de ter pronunciado etapas, desmaiou…”.
A viagem de Pieltrecina a Marcone foi de trem e durou cerca de uma hora. A comitiva era formada por cinco pessoas: Dom Nicola Caruso, jovem sacerdote em representação do pároco, o mestre Angelo Caccavo, Francesco e mais dois rapazes de Pietrelcina, que queriam entrar com Francesco no noviciado dos capuchinhos: Vincenzo Masone e Antonio Bonavita.
O grupo percorreu alguns quilômetros a pé, até chegar à estação, e depois tomou o trem. Chegando a Marcone, tomou o caminho que levava ao convento; era uma construção austera de 1600, afastada do povoado, situada no sopé do monte, tendo a seu lado uma igrejinha, de pedra nua, dedicada aos santos Felipe e Tiago. Antes de tocar à porta do convento, os cinco entraram na igreja para fazer uma breve oração.
Francesco estava taciturno. Pensava na mãe e ainda lhe ressoava aos ouvidos aquele grito de dor: “Você está me despedaçando o coração”. É provável que, na igreja, tenha rezado mais pela mãe dele do que por si próprio e pela nova vida que estava prestes a iniciar naquele lugar.
À porta do convento teve uma agradável supresa. O frade que veio abrir, depois de terem tocado a sineta, era fei Camilo, o irmãozinho mendicante que Francesco tinha conhecido em Piana Romana e que, de algum modo, tinha suscitado nele o desejo de se tornar capuchinho. Saudaram-se. Frei Camilo fez as honras da casa. Apresentou a comitiva ao padre guardião, ao mestre dos noviços e aos outros religiosos da comunidade.

Livro: Padre Pio.um santo entre nós. Renzo Allegri
Página 80.

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