Entre aqueles que haviam estabelecido residência permanente em San Giovanni Rotondo estavam o Conde Telfner e sua esposa. O Conde sempre havia sido muito atraído pelos assuntos eclesiásticos. Tinham começado sua vida de casados em Assis, e sua esposa disse-me que ficava muito entediada pelo fato de seus hóspedes serem, quase sempre, padres e frades. Foi então um grande alívio para ela, quando o marido decidiu se transferir para aquele outro pedaço do Paraíso umbrio: a Perugia.
— Mas imagine o que senti — ela contou-me — quando fui à casa de vizinhos para telefonar, porque nossa linha telefônica ainda não tinha sido conectada, e a primeira coisa que meu olhar encontrou foi o austero e imponente quadro de um padre!
Todavia, depois do telefonema, a Condessa observou mais atentamente o quadro. Sua risada satisfeita naquele momento — porque havia algo escrito na pintura — foi o primeiro passo na estrada de seu destino, para ela e para seu marido. (Já passaram metade de suas vidas em San Giovanni Rotondo e penso que jamais deixarão aquela cidade.)
O artista era o dono da casa. Era um homem de temperamento rígido, e quando decidiu fazer o retrato, talvez inconscientemente, imprimiu sua própria severidade ao rosto de Padre Pio. Surgiu, daí, uma pintura que verdadeiramente intimidava.
Antes de pendurar o quadro, o artista levou-o para San Giovanni Rotondo para mostrá-lo a Padre Pio, pedindo que o benzesse em benefício de sua família. Ao mesmo tempo, pediu-lhe se poderia fazer o grande favor de escrever nele alguma mensagem.
— Ah, sim — disse Padre Pio, olhando o quadro com uma expressão peculiar —, sem dúvida escreverei!
A mensagem que Padre Pio escreveu foi a centelha que mudou totalmente a vida da Condessa. Era uma mensagem muito simples. Dizia somente: “Não tenham medo! Sou eu!”.

Livro Padre Pio
Histórias e Memórias
John McCaffery
Pág 75

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