O dia 20 de setembro daquele mesmo ano de 1918, um mês e meio depois de ter sentido as primeiras manifestações, o Padre Pio encontrava-se só no Convento. O Padre Guardião havia saído para pregar e Fra Nicola para recolher esmolas. Era de manhã, logo após haver celebrado a Santa Missa. Estava no Sacrário dando graças. Ficou adormecido em tranquilo sono. Os sentidos do corpo e as faculdades da alma em sublime quietude. Rodeava-lhe o mais absoluto silêncio. Uma agradabilíssima sensação de paz o envolvia; mas tudo isso passou como um relâmpago. Viu diante de si o Personagem que outrora lhe atravessara a alma, porém sem dardo inflamado; e com as mãos, os pés e o lado, manando sangue.
Estremeceu-se o Padre Pio. Sentia-se morrer, o coração saltava-se do peito. Quando desapareceu a visão, deu-se conta que também suas mãos, seus pés e seu lado sangrava. Acabava de ser crucificado misticamente com Cristo.
A impressão das chagas no corpo do Padre Pio não foi a manifestação de uma nova etapa em sua ascensão a Deus. Sabemos que as chagas que levava faziam já oito anos e como dito anteriormente, não cabe união mais sublime da alma com seu Criador, do que a que obtém pelo chamado matrimônio espiritual. Os estigmas foram simplesmente um sinal externo da aceitação por parte de Deus, do oferecimento do Padre Pio e da união com Ele, e que como recompensa, o outorgava com Cristo Redentor.
Livro Padre Pio
Tragédia de fé
Padre Luna
Página 39
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